Comentário sobre a polititica aqui e
acolá...
Às vezes,
penso que as coisas só melhorarão um pouquinho nesse mundo se um asteroide
trombar com o planeta, e a vida recomeçar a evolução das baratas, ratos,
lagartixas, sapos, pulgas e outros vermes. Esses seres que hoje achamos tão
repulsivos são muito mais gente e humanos que a maioria de nós, que vamos
perdidos nos labirintos de elucubrações.
De um outro
ponto de vista espiritual, somos responsáveis por aquilo que escolhemos
individual ou coletivamente. Nesse tempo pré-caótico de des-humanização e des-valorização
de nossa humanidade enquanto chispa de luz, é o povo da raspa do tacho dos
"dragões" que querem acabar com tudo, destruir, botar fogo em
qualquer plantinha nova que brote do chão das asperezas humanas para o sol
maior.
Aquele
"jardim" perdido, agora, deve ser mais que nunca cultivado dentro de
nós que cremos termos despertado para outras realidades da vida. E, cada flor,
perfume, fruto ou semente de vida nova de nossos pensamentos e sentimentos
devem ser ofertados na com-partilhação de gestos de amor nas simplicidades da
vida.
Tentar
sensibilizar os que se fazem surdos, cegos e mudos das bonitezas da vida
fraterna é tarefa para outros milhares de milhões de anos. Mas, ainda assim
aquele Menino de pés, mãos e peito machucados não perde as esperanças, e se
vale de nossa colaboração como oportunidade preciosa para abraçarmos o mais
próximo de nós, no lar, no trabalho, no banco ao lado dos ônibus, nas calçadas
e ruas a fim de seguirmos em direção àqueles portões dourados esquecidos.
Dia após dia,
cada passo que damos no próprio caminho, cada mão que estendemos ao outro é
como um tijolo a mais na construção de um reino amoroso em nossos corações e ao
redor de nós que Lhe seguimos nos mesmos caminhos, ou temos a coragem de
afagar com carinho mesmo aqueles incapazes de um mínimo gesto de solidariedade.
Essa
caminhada de um passo pra frente e dois pra trás é cansativa e penosa. Mesmo
assim escolhemos estar aqui, agora, como quem mal tateia na escuridão dessa
noite que parece não ter fim, para levar de mãos dadas conosco os que amamos ou
des-amamos madrugada adentro, até um outro dia amanhecer.
Vamos que
vamos! Ainda que o barulho ensurdecedor de bombas e gritos encham os ares, já
ouvimos passarinhos anunciando a alvorada que chega. Então, vamos re-partir pão
e palavras de conforto aos que estão quase sem forças, aos esmagados pelo peso
de todas as opressões, que a carruagem de luz traz o sol que iluminará tudo e a
todos.
Um outro
ciclo - era de amor - está chegando para quem não se entregou tão facilmente, e
nem se consumiu em vão ao sopro ardido das maldades dos infelizes.
Os
passarinhos cantam mais forte que somos Fênix, e re-nasceremos das cinzas para
fertilizar os campos novos do Jardim onde está a Árvore da Vida...
Vamos?
Leo Nogueira Paqonawta