De mãos dadas
Célia Laborne Tavares
Seria fácil sentarmo-nos e, de mãos dadas, dizermos que o mundo é bom e o homem aos poucos se redime de tudo, até do medo de si próprio, de sua origem e destino.
Seria honesto falarmos de amor como se fôramos adolescentes e desse amor dependesse a realização de nossas vidas.
Porém a realidade que pesa sobre nossos ombros é superior aos nossos esforços de sermos lucidamente iguais a todos aqueles que facilmente se sentam e, de mãos dadas, creem no mundo que ainda não foi descoberto em seu íntimo, mas que os atrai e deslumbra e lhes acena em seu exterior, com todos os vínculos de natural beleza e provável realização.
Todas as flores que juntos plantamos são como germes de luta e conquista que deverão reconduzir-nos aos recantos mais profundos de nosso destino e deixar-nos, talvez, isolados em nossa mansa união de companheiros em busca do Sol ou da Beleza.
Pelas manhãs florescerão nossos sorrisos como cúmplices fiéis de nossos melhores esforços no caminho de todos. E, à tarde, vigiaremos as estrelas cada vez mais convictos de sua imensa distância, de nosso inabordável silêncio neste encontro sob a noite que se faz sempre nossa e sempre mais profunda, como se fora nosso destino diluirmos nela todas as esperanças. Mas as estrelas continuam nos chamando.
...
Visite o blog da poetisa, “Vida em Plenitude”, clicando aqui.