terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A hora do silêncio

Célia Laborne Tavares
in O Quinto Lotus



Escuta a hora do teu silêncio e nela, pára e medita. Todas as flores brotam no silêncio, lentamente e, também assim, hão de nascer tuas vitórias e sorrisos; e há de jorrar a sabedoria madura para encher todos os teus tédios. Estamos no tempo violento do acordar, do aceitar realidades; por isso deixa que o silêncio seja teu companheiro, para que possas ouvir a melodia do infinito...

A cada dia, mais forte será a luz que te ampliará os horizontes e a flor nova fará sereno o despertar, para mostrar-te como é fácil o caminho, se nele a plenitude começar a ter lugar.


A aurora do mundo é construída de Amor e toda a Paz vem do silêncio, fertilizando no impulso interior que se desdobra e se propaga, sem violência, apesar de toda a grandeza e magnitude de sua força.

Será sempre fácil recriar o Amor se com ele se forem construir todas as coisas serenas, para um mundo mais irmão; se, com ele, se abrirem os horizontes das possibilidades humanas ainda adormecidas. Será suave construir o perdão quando dele nascerem as palavras exatas, para traduzirem as idéias mais fortes e se ligarem, nele, os dínamos insuspeitados de cada ser.

Será fácil recriar o Amor quando o esforço for comum, a todos ou a muitos. Por enquanto, apenas a escuridão da noite é real e a lamentação faz estigma sobre o mundo. Ela é fraca tarefa para os descrentes da vida que nada vêem, além de suas próprias limitações. Mas a cruz está iluminada, e espera-nos.

A suprema fonte permanece intacta, sem que os sedentos a toquem, sem que ao menos creiam em sua existência, enquanto o mundo rui em suas bombas.

Entretanto, no silêncio interior, o homem desperto se conforta e se pacifica. Nasce, então, a esperança de que o mundo reconheça seus destinos mais reais, suas fantásticas possibilidades de crescer e transcender. Quando se percebe o infinito de nossos horizontes, as mensagens se transformam e ganham vida. Novo é o ser que se conhece e se desdobra para que outros, também, cheguem a se conhecer melhor.

Mansamente, como planta viva, o mundo prepara-se para sua grandeza e, sem compreendê-la, assusta-se com seus achados. No mistério do desabrochar há toda a história da plenitude, lentamente apalpada e quase reconhecida. Esmeralda entre pedras, concha sob a areia.

Será fácil recriar-se o mundo se nele forem despertadas todas as possibilidades do Amor.

Conheça mais no Blog da autora: Vida em Plenitude

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